domingo, janeiro 27, 2008

Carne Humana na Telinha



Bem, fazia um bom tempo que eu não atualizava meu blog, né? Espero que agora as atualizações sejam mais constantes e que eu tenha boas coisas para contar.

Pra marcar esse retorno, resolvi falar um pouco de dois temas que fazem parte da minha vida (profissional e pessoal): as pessoas e a TV. No que pode dar tal soma? Atualmente, a melhor forma para fazer tal análise é assistir ao Big Brother; confesso que já dei audiência a esse reality show, mas hoje em dia não consigo mais. O conceito do programa é baseado em um livro escrito em 1948 por George Orwell, intitulado “1984”, uma brincadeira com os números, que remete a um possível futuro. Na visão do autor, as pessoas seriam vigiadas constantemente por um “ser”, algo maior chamado de Big Brother, que, na realidade, seria uma representação do Estado opressor. Bem, daí um maluco leu o livro e teve a idéia de tornar isso em um programa de TV. A coisa deu certo. A diferença é que no livro as pessoas eram vigiadas sem saber, sem poder se defender dessa invasão de suas vidas. No tão famoso programa, as pessoas (aos milhares) se inscrevem para participar do “jogo”, para se expor e mostrar quem realmente são (ou não). Pessoas gostam de saber da vida das outras, pessoas gostam de vigiar as outras – voyerismo -, pessoas vendem suas privacidades por preços bem altos. Além da possível fama, elas conquistam a verdadeira falta de privacidade, falsos amigos e a descoberta de um mundo muito pior do que aquele retratado na obra de Orwell. É, nesse açougue de falsos perfis e ilusões, o ser humano é carne barata.

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